sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Amor

É bem querer,
Transcendente.
Não há orgulho,
Egoísmo,
Ou vaidade latente.
Nenhuma das mesquinharias da humanidade.
Nenhuma delas alcança,
O amor de verdade.
Simplesmente puro,
Que só quer o bem e espera,
Mesmo que com outro alguém,
Ou com ninguém mas não consigo.
Mesmo que ausente a reciprocidade
ou a mesma vontade.
Que se presente, alimenta.
Não quer dizer que quero tê-lo,
Mas que quero perto,
E certo
De que sempre terá meu zelo.
Mesmo que me faça sofrer
Ainda que sem querer.
Lealdade.
Porque o amor perdoa,
Uma briguinha a toa
Ou um golpe mortal,
E não morre.
Mas se fere.
E assim prefere
A distância
Na esperança de esquecer
E deixar na lembrança
Apenas o que o deu vida
Para que se vá com a lança
O motivo da ferida
E que a cicatriz lhe aclare
Com a luz de um momento feliz.

Elis Motta