quinta-feira, 8 de julho de 2010

Eliza

Morre uma mulher
Morre um pedaço de cada uma de nós
Morre um pedaço das nossas conquistas ao longo dos tempos
Vive uma centelha que reacende e reafirma o machismo
Mostra como ainda está mais latente do que pensamos
Ela é uma de nós
Poderia ser sua filha, sua irmã, sua mãe, sua amiga
Hoje, é só mais uma ferida
Uma ferida aberta na história de cada uma de nós
Não deixemos que o machismo atenue a atrocidade desse crime
Não fechemos nossos olhos diante disso que equivocadamente chamam desumano
É humano! Nenhum animal cometeria tamanha crueldade!
Só humanos extirpam clitóris, abortam, matam por nada.
Ele não é o coitado, não é doente, não foi enganado. Ele ri.
Essa mulher não merece as palavras que sobre ela são ditas
Nada que tenha feito justifica o que recebeu.
Era mulher, mãe e filha.
Hoje é vítima.
Do machismo,
Da certeza da impunidade
Do desprezo total às leis humanas e de Deus.
Vá em paz.
Se é que isso é possível.


Elis Motta

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Resumindo
Sou amiga dos meus amigos.
Na maior acepção desta palavra.
Do melhor jeito que eu posso ser.
E de quem fizer por merecer.
Amizade não se força.
Acontece.
É amor.
Não envaidece.
É calor, não entristece.
Mas é vida, adoece.
E se não cuido, falece.
E se falece, falece.
E o coração não esquece

Elis Motta
02.06.2010

sábado, 29 de maio de 2010

Apenas alguém! (Profile do Orkut)

Sou apenas alguém, como muitos outros alguéns.
Que ama, ri, chora.
Não odeia, mas ainda detesta.
Que tenta se adequar às realidades próprias e alheias para melhor conviver, e às vezes não consegue.
Alguém que muitas vezes sofre com a força que sua personalidade lhe imprime, que tenta lutar contra suas próprias convicções quando isso se vê necessário.
E que quando consegue, percebe que se movimentar, mudar, muitas vezes pode não te fazer melhor, mas alguém que obtém melhores resultados.
Alguém que procura no sentido do amor, trilhar seus passos.
Abominando o egoísmo, a soberba, a auto-vitimização.
Que acredita que aquele que ama, seja ao seu amigo, irmão, ou amante, quer sempre o bem, independente e acima de qqr coisa, até do seu próprio bem!
Alguém que tenta ser aquilo que espera dos outros, mesmo que os outros assim não o sejam, mas tb nem sempre consegue.
Que acredita também que tudo aquilo que vc tem, alcança ou sofre, é tão somente reflexo de suas escolhas.
Alguém que procura construir pontes, em lugar de muros, pra evitar que um dia se veja só. Sente que algumas vezes isso é até difícil de manejar, mas continua.
Que sabe que se deve lutar por aquilo que se quer, mas deve-se esmerar para conseguir distinguir o que pode e o que não pode ser mudado, traçando, ao invés de estratégias de ataque, novos caminhos.
E que nem sempre os atalhos te levam ao mesmo objetivo, porque na maioria das vezes, o que vc viveu para chegar lá, é indispensável para suportar e aproveitar aquilo que tanto quis.
Enfim, sou alguém que preza mt suas conquistas, ouve, conhece, acompanha e se dedica aos seus amores, que não sabe viver sozinha, mas se basta, e não projeta sua felicidade em ninguém, pq é completa; que os outros vêm pra somar. E que sabe que a felicidade está dentro de si e no meio do caminho.

Elis Motta - 06.01.2010

sábado, 20 de fevereiro de 2010

E se eu escolho errar?

Tão difícil evitar de cometer os mesmos erros
Ainda mais quando se acha que eles foram acertos
Mas se me fizeram sofrer não quero revê-los
E então? Erro de novo ou de um modo novo?
O modo novo pode ser injusto
E por isso me assusto
Mas dessa vez opto por me proteger
E se for pra ser
O outro vai entender
E se não entender, no fim das contas,
Não terá havido injustiça alguma,
De um jeito ou de outro, ele fez por merecer!
E tranquilamente,
a cabeça no travesseiro,irei adormecer!

Elis Motta

domingo, 24 de janeiro de 2010

Meio ou inteiro

Eu amo vc há tempos!
Só agora descobri.
Quando vc já não está aqui.

Talvez eu não soubesse,
pq não precisasse saber.
Ou não quisesse;
E continue a não querer.

Mas vc estava aqui!
Então desnecessárias definições.
Agora te tenho ao meio, e receio
de por querer inteiro
não gostar do que tem pra mim!

Talvez agora,
você se doe inteiro;
mas não do modo que almejo.

Então pra mim, ainda é o meio.
E se eu posso ter tudo,
Por que me contentar com o rateio?



Elis Motta

sábado, 9 de janeiro de 2010

Caminho

Será a vida se repetindo?
Ou simples auto-defesa um muro construindo?
Serão as pequenas atitudes aviso
Ou apenas situações esparsas
potencializadas por um trauma vivido?
Como saber?
Me entrego e pago pra ver?
Ou olho de longe até convencer?
A velha questão se apresenta, então
de viver tudo, ou viver ao meio e, talvez, em vão
Não adianta olhar, esperar,
talvez sem me entregar jamais saiba o que iria encontrar
Distanciar pode ser confortável
mas não garante respostas.
Basta escolher se se quer saber, viver, ou vencer.
Vivendo e sabendo, talvez vença
Procurando vencer, certamente não saberei ou viverei
Assim, escolho viver e pagar pra ver
Mesmo que venha a sofrer.
O caminho percorrido faz todo o esforço valer.


Elis Motta